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07/10/2005

Falar e Ouvir

É interessante como nós somos hábeis a elaborar discursos, temos toda a manha da retórica, gesticulamos e prendemos atenções. Mas às vezes nós mesmos não ouvimos o que estamos falando.

Ontem um amigo e eu evangelizamos um homem lá em frente à Reitoria da UFRJ, o discurso dele foi bem interessante, mas eu não acho que ele sabia o que estava falando... Na tentativa talvez de se defender, ele começou a discursar sobre filosofia, ciência, blá, blá, blá.

Ele tem o absoluto direito de não querer aceitar. Óbvio. Então eu percebi nele um ressentimento com Deus, que ele mesmo confessou posteriormente. Segundo ele, deixara de acreditar em Deus no dia em que ele, tendo acabado de comprar um carro novo orou e pediu a Deus que o protegesse na viagem, porém foi assaltado, o ladrão atirou cinco vezes contra o carro e um dos tiros o atingiu na perna. Reclamou apaixonadamente de um Deus injusto como este, que permite que aconteça tanta indiferença no mundo, tanta morte, tanta dor...

Alguns segundos antes enquanto ainda vagando, sem chão, pela filosofia ele disse que não adimitia o fato de nós não podermos fazer nada nesta vida pois Deus já tinha planejado tudo, achava um absurdo não ter o direito de fazer o que quisesse, e me disse: (em tom de "te peguei com algo típico de seus discursos") Nós temos o livre arbítrio, não temos??

Conversamos mais um pouco com ele, ele saiu rindo e feliz, cheio de confiança, então lembrei de que quem convence é o Espírito Santo, pois o raciocínio lógico ele já tinha, só não estava entendendo o que dizia. Relaxei, pois isso acontece em qualquer lugar, muitas vezes com a própria igreja (pessoas), onde o Espírito Santo já habita, mas pelo livre arbítrio, Ele age com permissão.

Graças a Deus, que Ele também age para que nossos olhos e ouvidos sejam abertos cada vez, e cada dia mais. É tanta coisa que aprendemos quando achamos que já é a plenitude, que eu percebo como somos ousados e pequenos ao pontuar verdades e mentiras.

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