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23/04/2014

DG, Claudia, Amarildo, Moisés... A Insurgência em nome de Deus!


Era uma vez um homem que nasceu em família cheia de dificuldades financeiras, sociais, lugar humilde e marginalizado (favela?), família explorada pelo trabalho exaustivo relacionado às obras e à construção arquitetônica. Pedreiros?

Construiam prédios, templos, palácios, Centros de Convenções, Centros Culturais, Shopings, Estacionamentos nos quais jamais seriam bem-vindos, dos quais jamais desfrutariam, mas que não estariam de pé sem seu suor.

Escapou da morte quando criança, porque as parteiras desobedeceram as leis do governante de entrar nas casas sem pedir licença, tomar o que é dos pobres, retirar suas vidas sem direito a perguntas... este homem foi poupado, mas não foram todos que tiveram esta sorte. Alguns não ousaram questionar a lei de morte. Alguns não foram capazes de discernir a lei institucional como instrumento de injustiça e não de vida. Alguns dos que invadiram as casas e mataram as crianças, acharam que trabalhavam pela paz(cificação). Que o sangue dos miseráveis era derramado em nome da ordem. Que estava tudo bem.

Um dia este homem, por desvio do óbvio que era a miséria e a marginalidade, “vence na vida”, desconhece sua origem, sua história. Se embriaga pelos perfumes caros de grife, se cobre de jóias, maquiagens, conforto. Viagens, status, arte refinada, calmaria, rituais religiosos.... tudo conforme o desejado, tudo ao seu alcance.

Certo dia, ao passar pelo asfalto que beirava uma dessas comunidades que abrigavam seus familiares desconhecidos, viu uma cena de espancamento de um inocente por parte de um agente do governo.

Qual foi a postura deste homem?

Possibilidade 1= Chamou um táxi, porque haviam ruas bloqueadas por protestos e os ônibus não circulavam regularmente, foi apressado para o seu condomínio ladeado por grades, e com grades em todas as janelas, fez uma oração agradecendo por estar a salvo, suspirou de alívio por não ter tido preguiça de trabalhar e de se esforçar pra conquistar sua posição entre os abastados, beijou sua família, dormiu tranquilo e quentinho sob seu edredon, não sem antes reclamar dos baderneiros, sem criticar o governo por não garantir silêncio e ordem, sem criticar os que apoiavam os protestos, sem planejar sua próxima saída do país nas férias, para um lugar ainda mais lindo e ordeiro...

Possibilidade 2= Intervir. Agredir, matar, e ocultar o cadáver do agente do governo. Fugir para longe da sua vizinhança nobre, rica e segura, enquanto digeria a dureza da injustiça que viu contra uma comunidade extremamente numerosa e sofrida. Se associar a uma causa maior que ele mesmo, em nome da justiça e da libertação, mesmo que isso significasse abrir mão do seu status e conforto.
Liderar uma massa de oprimidos, enfrentar com ameaças o Governo vigente, entrentar as leis instituídas. Agredir milhares de nobres indiretamente através de danos físicos, emocionais e econômicos. Retirar a massa oprimida por completo do estado de submissão e a encaminhar para um lugar, uma terra, que será redividida, reformada, justamente entregue, aos que nada possuem...


Enquete:
Qual das 2 possibilidades seria a atitude de um cristão?
De um mantenedor da sã doutrina?
Qual das duas possibilidades respeita e valoriza a moral e a ética?
Qual das duas possibilidades se parece mais com a classe média brasileira?
Qual delas representa a atitude de alguém de esquerda?
Qual delas é a possibilidade correta e justa?








RESPOSTA:

Tomei a liberdade poética de reler uma passagem bíblica do antigo testamento, e vou dizer a quem se referem os termos do meu texto acima:
*Quem era a comunidade marginalizada de pedreiros e trabalhadores explorados? [além dos cariocas e brasileiros] ler: Êxodo 1: 6-14
“...Então os egípcios, com tirania, faziam servir os filhos de Israel e lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro, e em tijolos, e com todo trabalho no campo; com todo o serviço em que na tirania os serviam...”

*As parteiras que desobedeceram os governantes. Ler êxodo 1: 15-22.

* Quem é o homem à que a história se refere, que foi salvo do assassinato, e teve o status de “povo oprimido” para “povo opressor” alterado: Moisés!

* Qual é a possibilidade de desfecho da história adotada por Moisés em obediência a Deus? Ler O livro de Êxodo, a partir do capítulo 2, verso 11...

Moisés optou pela possibilidade 2! E ainda assim é aquele que traz a Lei de Deus ao povo. É um marco na história do cristianismo. O reformador agrário, libertador, e insurgente, Moisés.

Eu escolhi Moisés, mas poderia ser a rainha Ester, ou outro personagem bíblico insurgente em nome de Deus! Não faltam “escândalos” como esse na bíblia!


Moisés mata um egípcio, foge, retorna, enfrenta o Faraó com ameaças e com pragas contra sua economia, plantações, e contra suas próprias vidas. Ainda liberta o povo oprimido que garantia o conforto e status dos seus exploradores.... só é conferir no texto. Aliás, esta libertação dá origem à celebração da PÁSCOA que comemoramos há poucos dias. Deus ouve e se move à favor dos que sofrem.

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