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09/03/2006

Eufemismo ou Comodismo?

Há portas largas.
Portas largas que representam a apatia humana, a indiferença, o comodismo, ou mesmo (muitas vezes) a ‘malandragem’ e o auto-engano.
Caminhos fáceis que expõe a fraqueza de não se lutar pelo que se considera a melhor escolha. A onda do “Deixo a vida me levar, vida leva eu...”

Nossas escolhas práticas, as atitudes, são responsáveis por nosso destino.

Como se dá a transformação genuína e não eufemística?

“As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras.” Diria o filósofo Chinês Lao-Tsé. O que não apoio totalmente, pois às vezes eufemismo é sabedoria! Mas é bem verdade que muito elogio dado ou recebido pode atrapalhar o crescimento genuíno.

A busca pelo eterno e sincero, que pode ser muito mais visceral e orgânico, mais do que pelo momentâneo manipulado. Pelo imediatismo atrapalhado e com ‘raízes de fumaça’.
Como descreve bem esta busca sincera, ou a consciência de sua necessidade, o português Saramago:

“Com o andar dos tempos, mais as actividades da convivência e as trocas genéticas, acabámos por meter a consciência na cor do sangue e no sal das lágrimas, e, como se tanto fosse pouco, fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca. Acresce a isto, que é geral, a circunstância particular de que, em espíritos simples, o remorso causado por um mal feito se confunde freqüentemente com medos ancestrais de todo o tipo, donde resulta que o castigo do prevaricador acaba por ser, sem pau nem pedra, duas vezes o merecido (...)”








(...) e tendo escrito não soube que mais dizer, há ocasiões assim, acreditamos na importância do que dissemos ou escrevemos até um certo ponto, apenas porque não foi possível calar os sons ou apagar a fascinação da imobilidade, estar como estão os deuses, calados e quietos, assistindo apenas. ”
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984. José Saramago.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Como se dá a transformação genuína e não eufemística?"

ah, não tem jeito... acho que só se dá... indo!

bjo.

Anônimo disse...

anônima, não, fui euzinha!

bjo