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01/04/2008

Getting a sunshine on the cloudy days.

Uma das coisas que aprendi em Recife, com dois amigos queridos (um tem apelido de Cor, a outra foi-me apresentada como "Minha melhor amiga", pelo Cor em questão), foi a apreciar as nuvens. Tá, se a leitura parasse aqui ia parecer romântico e brega, mas nem é. [haha]

Não falo de nuvens branquinhas num céu bem azul, daquelas que parecem desenhos de Gestalt, como figura-fundo-imaginação, nem daquelas que ficam coloridas conforme o sol nasce ou se põe. Mas de dias escuros, com céu encoberto por elas: as nuvens carregadas! Sabe aqueles dias em que olhamos pela janela e pensamos como seria bom se não tivéssemos que sair de casa? pois é... Em Recife não tiveram muitas tempestades, mas se viam muitas nuvens mesmo assim.

Eu lembro que olhava pra cima com repulsa: por que elas têm que cobrir a beleza que eu quero ver no azul? Não gosto deste cinza! Um Cinza cheio de sentidos entranhados por alguns anos de vida que tenho, como chuva-a-caminho, ou dia-de-curtir-fossa, ou meias-molhadas-no-tênis, ou guarda-chuva-pequeno-maldito, ou mais-um-dia-de-prova-duplamente-incoveniente, ou até um egoísta-que-deixou-a-janela-aberta-pra-molhar-o-banco-do-ônibus, entre outros.
Enquanto eu "pensava" assim, meus dois amigos falavam, em momentos diferentes, de como gostavam daquelas nuvens... lembro da sensação que tive repetidas vezes de estranhamento por isso. Eu cheguei a argumentar uma vez que elas eram feias e sombrias, [naquele momento nem percebia que usava a palavra-chave da questão] no que um deles respondeu prontamente que elas continuavam branquinhas. Que elas eram e estavam brancas como sempre... mera questão de luz e sombra.

Ele não explicou muito, ela também não. Acho que temos isso algumas vezes... nós provocamos reflexões nas pessoas sem mesmo saber disso. Os meus dois amigos certamente nem sabem o que eles provocaram na minha forma de ver e pensar as nuvens. (na verdade, eles nem devem achar que eu reflito sobre elas! hahahahahah!) que droga!

Mas o que eu queria dizer, é que já consigo olhá-las com respeito. Sinto que é o mesmo respeito pacífico que tenho ao apreciar alguns estilos "estranhos" de obras-de-arte, como se mesmo não gostando da estética, eu quisesse abraçar a história e a paixão que cada obra traz em si mesma... A idéia de positivo x negativo, amo x odeio, já tem encontrado seus intermediários por aí... Algumas coisas apenas são!

O que nos é diferente, simplesmente pode não estar precisando da nossa aprovação. Se isso fosse tão fácil de assimilar como se é fácil de escrever, acho que teria resolvido quase todos os problemas de discriminações e preconceitos do mundo...

Sigo aprendendo.

Um cheiro!

6 comentários:

Sam Silva disse...

Bem... eu nao costumo olhar muito para as coisas, mas gosto de as vezes olhar para as nuvens cinza. Elas deixam a gente escolher o humor que quisermos, e sempre nos escutam. Pelo menos a mim... E nao, nao falo com elas com frequencia. To bancando a louca, nao eh?

*rs*

Continue postando!
Bjs!

André Gama disse...

Que puxa... agora eu é que fico refletindo nas reflexões que causamos em pessoas! Cheiro!

Gil disse...

Muito interessante! Eu adoro as nuvens sombrias e cheias de chuva... Adoro os dias cinzas e cheios de vento. Me canso mais de dias claros e ensoladoros. Talvez porque eles sejam mais freqüentes no Rio de Janeiro. Ainda bem que vc escreve mais que eu. Assim eu tenho aonde ir pra me inspirar. Abraços!

Gil disse...

...eu quis dizer "ensolarados"...

Anônimo disse...

adorável, menina!!
beijocas

Bianca disse...

Mais dias nublados...