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22/10/2005

Amor Sacrificial

O Inquisitor diante de Jesus, em O GRANDE INQUISITOR, dos irmãos KARAMAZOV.
"O Inquisitor tem uma acusação para fazer: rejeitando as três tentações, Jesus perdeu o direito aos três grandes poderes que estavam à sua disposição, milagre, mistério e autoridade. Deveria ter seguido o conselho de Satanás e realizado os milagres pedidos para aumentar a sua fama entre o povo. Devia ter recebido bem a oferta de autoridade e de poder. Será que Jesus não percebeu que o povo desejava mais do que tudo adorar o que está estabelecido inquestionavelmente? Em vez de tomar posse da liberdade dos homens, aumentaste-a, e queimaste o reino espiritual da humanidade com seus sofrimentos eternos. Desejaste o amor livre do homem, que ele te seguisse livremente, atraído e cativo por ti.

Ao resistir às tentações de Satanás de suprimir a liberdade humana, o Inquisitor continua, Jesus tornou-se difícil demais de ser aceito. Sujeitou sua vantagem maior: O poder de compelir à fé. Felizmente, continua o astucioso Inquisitor, a igreja reconheceu o erro e o corrigiu, e tem-se apoiado no milagre, no mistério e na autoridade desde então. Por este motivo o Inquisitor devia executar Jesus mais uma vez, para que não impedisse a obra da igreja."

(...) Quanto mais conheço Jesus, mais impressionado fico com o que Ivan Karamazov chamou de "milagre da restrição". Os milagres que Satanás sugeriu, os sinais e as maravilhas que os fariseus exigiam, as provas irrefutáveis pelas quais anseio - nenhum deles ofereceria obstáculo a um Deus Onipotente. Mais espantosa é a sua recusa de agir e de esmagar. A terrível insistência de Deus na liberdade humana é tão absoluta que ele nos garantiu o poder de viver como se ele não existisse, de cuspir na sua face, de crucificá-lo.(...)

(...)Embora o poder possa forçar a obediência, apenas o amor pode provocar a reação de amor, que é a única coisa que Deus deseja de nós. (...)

Palavras retiradas do livro de Philip Yancey, "O Jesus que Eu Nunca Conheci"

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