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20/01/2006

Introdução para o post seguinte

Quem conseguir ler os dois posts até o final, me avise para eu parabenizar pela persistência!

Este tema me intriga, pois passei um semestre estudando o conceito grego de paixão, de desejo, de belo, e a conclusão suposta pelo professor foi que paixão é algo ruim (pathos também significa sofrimento) e passageiro (visto que o deus se retira). Tenho que dizer que discordei em muito dele e dos próprios gregos, mas muita coisa fazia sentido.

Os gregos eram politeístas, mas se passarmos a peneira em alguns conceitos, nós que conhecemos a verdade podemos juntar o quebra-cabeças. Para eles, a moderação era a maior característica de uma pessoa virtuosa. Era o que eles buscavam, aprendiam e ensinavam: como ser moderados, ou seja, conscientes e responsáveis por seus atos.

A loucura para os gregos era a falta de controle das atitudes pessoais, era dada pelo entusiasmo, palavra que significa estar cheio de deus, por exemplo, quando uma pessoa estava embriagada pelo vinho, ela não era responsável por suas atitudes, pois estava possuída, cheia do deus Dionísio, assim como quando participava de orgias, era o mesmo deus, que em Roma, aliás, seu nome era Baco, daí a palavra bacanal. E o mesmo acontecia com uma pessoa apaixonada, o responsável era o deus Eros, o deus dos desejos, a pessoa fazia coisas das quais posteriormente, quando o deus se retirasse, não acreditaria (tipo aquela música: eu dançaria tango no teto, eu limparia os trilhos do metrô, eu iria a pé do Rio a Salvador...).

A pedagogia (Paidéia) grega confusamente, se dava por amantes e amados. A virtude era ensinada pelo objeto de desejo, o amado, de um amante jovem. Estes mantinham relações, e o jovem se empenhava em aprender pois em frente ao ser amado se tem mais cautela antes de errar, se busca mostrar a perfeição que não se mostra a familiares e meros amigos. Estranho não é?

Bom, se paixão significa perder o controle das atitudes por se estar possuído por um deus, estar cheio de entusiasmo significa estar não só habitado, mas cheio desta presença. Eu quero propor uma reflexão, mas quero afirmar estas coisas como possibilidade e não como verdade absoluta (quem sou eu?), até porque não tenho estudos profundos para isto!

4 comentários:

Anônimo disse...

consegui ler os 2 posts até o fim.

Bianca disse...

Parabéns rapaz!

Anônimo disse...

bianca, de uma vez por todas:



MANISFESTO NÃO É PROTESTO!




obrigado por não falar mais nisso.


bjo =]

Bianca disse...

Ticiano, eu sei! Um dia eu te explico o que estava na minha cabeça quando fiz o comentário.
Por hora, mudemos de assunto!